Play Like a Girl: que as meninas não precisem usar nicks masculinos

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O depoimento, coletado sob sigilo de fonte, é de mais uma pessoa apaixonada por games, mas que é julgada, assediada e xingada por um único motivo: é uma mulher. O cenário tóxico dos games se torna ainda mais cruel quando misturado ao machismo instaurado na sociedade.

A hostilidade contra mulheres no ambiente gamer reflete ainda uma realidade de violência contra a mulher, cada vez mais frequente no Brasil. De acordo com o Monitor da Violência, levantamento feito pelo G1 com base nos dados oficiais dos 26 Estados e do Distrito Federal, casos de feminicídio cresceram 12% em 2019.

Com o objetivo de provocar o debate sobre a prevenção e combate à violência contra a mulher e igualdade de gênero, a hamburgueria gamer curitibana Cooldown criou a campanha Play Like a Girl.

A iniciativa Play Like a Girl

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A ação conta com o apoio da ONG Todas Marias e visa combater a violência contra a mulher online e offline. “Nós demos voz para as meninas, não só nos games . Apesar do Play Like a Girl parecer ser focado apenas na violência online, nós trabalhamos em todas as vertentes”, comentou Silvio Borges, responsável pelo departamento de marketing e eSports da Cooldown.

A parceria chegou no seu segundo ano e tem gerado resultados importantes. “No ano passado, em 2018, nós fizemos uma campanha de sete dias (na semana do Dia Internacional da Mulher) onde promovemos o lançamento da camiseta Play Like a Girl e dos botons. O objetivo era que todo o valor arrecadado fosse investido em uma ONG parceira e nós escolhemos a Todas Marias”.

Do dia 2 de fevereiro de 2019, até o dia 8 de março (Dia Internacional da Mulher), a Cooldown criou e alimentou uma página do evento que encerraria a campanha. Entre os conteúdos, informações de quais os tipos de abuso, quais os tipos de violência e qual tipo de ajuda que a vítima pode ter.

No dia 8, uma grande festa, com promoções para mulheres, venda de produtos da campanha e a presença de Goretti Bussolo, Fundadora/Presidente de Honra da ONG Todas Marias.

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Além da ONG Todas Marias, o projeto contou ainda com o apoio do Pensei Alto, do IGN e dos parceiros da Cooldown: Avell, HyperX e Ebanx.

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Carol Costa – IGN, Letícia Marques (Pensei Alto) e Barbara Gutierrez posam com a camiseta da campanha. (Foto: instagram Barbara Gutierrez)

Jogue como uma mulher!

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Uma frase-chave no projeto, segundo Silvio, é: “que as meninas nunca mais precisem jogar com nicks de meninos”. O trabalho de percepção dos games como um cenário de todos é um desafio que o Play Like a Girl, e a própria Cooldown, pretendem enfrentar.

Segundo o The Pew Research Center, 60% dos americanos, independente do gênero, ainda consideram que games são uma atividade masculina. Outro dado preocupante vem de estudo da Universidade Estadual de Ohio, nos EUA. As mulheres que permanecem online por pelo menos 22 horas semanais alegaram já ter sofrido algum tipo de assédio sexual ou bullying durante um jogo.

Em 2018, a campanha My Game My Name colocou youtubers gamers para jogar com nicks femininos. O resultado foi o de sempre: assédio e violência gratuita.

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Para combater o preconceito, a violência e a segregação nos games, a Cooldown também criou o Cooldown Academy Girls.

Play Like a Girl em números

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*Depoimentos de gamers e vídeo da ONG três Marias fornecidos pela Cooldown.

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