A evolução dos games de Fórmula 1

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Quando pensamos em Fórmula 1 no mundo dos games, nossa mente automaticamente viaja por um ,túnel do tempo, tão marcante quanto o tradicional túnel de Mônaco.

Com produções nas mais variadas plataformas, a evolução dos games de Fórmula 1 acompanhou gradativamente o potencial dos motores gráficos dos consoles.

No atual cenário dos jogos de corrida que simulam competições reais, F1 é sem dúvida um dos que mais atende aos detalhes presentes na realidade.

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Boa parte dessa reprodução realista pode ser atribuída à Codemasters. A desenvolvedora de games inglesa assumiu os direitos da franquia da F1 em 2009 e aperfeiçoou um padrão de jogo que surgiu em 1996, ano de lançamento do primeiro game de Fórmula 1 no Playstation, produzido pela Psygnosis.

A data também pode ser considerada um divisor de águas na linha de planejamento do jogo, que passou a receber licenciamento todos os anos dos pilotos da categoria, bem como o desenho fiel (na medida do possível) dos circuitos da competição.

A mudança na parte técnica foi positiva, mas é importante ressaltar que a diversão dos players começou bem antes. A história da categoria automobilística nos games foi iniciada na década de 80, precisamente no Atari.

Grand Prix e os inúmeros retardatários

O primeiro jogo lançado com alguns traços da F1 foi o Grand Prix, da Activision. Lançado em 1982, o jogo rodava no Atari e a perspectiva da imagem era de cima.

O objetivo do jogo era desviar o máximo de oponentes para conseguir bons tempos. Pode ser considerado um jogo com um grau de dificuldade bem elevado, pois conforme o carro aumentava a velocidade, o número de retardatários  multiplicava, sem contar as manchas de óleo na pista.

O jogo não fazia referências à Fórmula 1, mas esse carro vermelho acelerando fundo lembra a Ferrari.

Mudanças nas câmeras e licenciamento das marcas de Fórmula 1

O ângulo da imagem sempre foi um fator preponderante para agradar o jogador. O responsável por iniciar uma evolução nesse quesito é o Fórmula 1 Simulator. Lançado em 1985, ele pegou o padrão lançado no enduro (1983) e adaptou para os carros de F1.

O formato também ficou famoso no primeiro jogo licenciado com a marca de um campeão da categoria: Nigel Mansell’s Grand Prix. O título revolucionou na época com as inúmeras opções que podiam ser adotadas pelo jogador.

O jogo tinha fase de qualificação com direito a três voltas, corridas que podiam ser selecionadas de 5 até 20 voltas conforme a configuração escolhida, informações sobre o desempenho de velocidade do carro, consumo de combustível e desgaste dos pneus.

Em Nigel Mansell’s, o jogador tinha que tomar muito cuidado para não sair na caixa de brita e rodar. Qualquer deslize além da zebra e a Williams do inglês girava em 960º.

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Um ano depois da Williams ganhar simpatia com o jogo do Nigel, a rivalidade das pistas apareceu nos games, com a Ferrari lançando um jogo exclusivo da escuderia italiana.

O Ferrari Formula One, desenvolvido pela Electronic Arts, apresentou como particularidades o acerto da aerodinâmica, a escolha da quantidade de combustível para iniciar a prova e o composto dos pneus.

Para ganhar de vez o mercado, a EA criou a visão do cockpit, estilo responsável pelos principais sucessos dos jogos lançados posteriormente.

O clássico Fórmula 1 no Super Nintendo

Nigel Mansell voltou a figurar como estrela principal dos consoles em 1993. Em grande estilo, o Nigel Mansell’s World Championship teve versões para Game Boy, Mega Drive, NES e Super NES, todos licenciados pela FIA. No Super Nintendo, é considerado por muitos a melhor versão de Fórmula 1 de todos os tempos.

O jogo disponibilizava 16 circuitos internacionais, 12 carros participavam das provas. Durante as provas era comum ver placas de publicidade das marcas que patrocinavam a Fórmula 1, características bem comum nas franquias lançada alguns anos depois no console da Sony.

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As placas nas curvas eram um grande desafio. O jogo exigia bastante cuidado do jogador na frenagem das curvas, os circuitos eram bem dinâmicos e as provas com sol e pancadas de chuva transformavam o asfalto em um verdadeiro sabão.

Damon Hill, Michael Schumacher e Alain Prost eram os principais adversários do jogo. O brasileiro Rubens Barrichello figurava na Jordan, com um carro todo verde, e sempre brigava por posições na parte intermediária da classificação. Piquet era o outro brasileiro e completava a maioria das provas na penúltima colocação.

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A reprodução do ronco dos motores dos carros de Fórmula 1 começou a ganhar traços semelhantes aos reais nesse sucesso do Super Nintendo.

Uma curiosidade é que o jogo de Nigel Mansell’s Champioship recebeu uma versão pirata com o nome de Ayrton Senna F1 Racing. A versão com o piloto brasileiro tem mudanças apenas estruturais que não interferiram na qualidade do jogo.

O game foi parcialmente traduzido, recebeu mudanças na trilha sonora e as luvas azuis foram trocadas pelo tradicional vermelho da McLaren, na época.

Também foram substituídas todas as menções de Nigel por textos sobre a carreira de Ayrton Senna. Sem puxar sardinha para o nosso lado, mas a versão do Senna ficou mais legal.

Outro jogo do Super Nintendo que não pode deixar de ser citado é o F1 Grand Prix III. O game teve a primeira versão em 1991, mas somente a terceira versão lançada em 1994 apareceu no Brasil.

Com visão da parte superior, as corridas eram bem desafiantes. O jogo foi um dos primeiros do gênero a apresentar problemas na caixa de câmbio, quebra de motor e regras, como bandeira amarela na pista.

Outro diferencial era que você podia escolher qualquer um dos 26 pilotos disponíveis. A McLaren contava com a dupla Senna e Berger. Vale a pena dar uma conferida:

Guard rails, proteções de pneus e gráfico bem elaborados diferenciavam bastante F1 Grand Prix dos concorrentes. O trajeto dos circuitos eram bem fiéis aos originais e a imagem superior elevava a dificuldade de guiar o carro.

A chegada da Fórmula 1 no Playstation

Quem presenciou a chegada da Fórmula 1 no Playstation com certeza ficou encantando com a beleza dos gráficos e o formato do jogo. O console de 32 bits da Sony recebeu uma versão que representava com muita fidelidade o circuito de Interlagos, além de carros muito bem desenhados.

Todas essa composição, agregada à possibilidade de alternar a câmera do carro durante as provas, agradou os jogadores e definiu os padrões do game utilizados até hoje.

Entre 1996 e 2000, os jogos produzidos para Playstation e PC seguiram uma linha sem grandes novidades. Licenciados pela FIA os games basicamente apresentavam todos os pilotos da temporada e pequenas melhoras na física.

EA Sports diversifica opções do jogo

Em alta no mundo dos games, a EA Sports adquiriu, em 1999, a licença para produzir os jogos da categoria. O primeiro lançamento foi F1 2000, para Playstation.

Uma das últimas versões produzidas para o PSX, o jogo foi uma pequena amostra das versões que seriam consolidadas pela EA no Xbox e Playstation 2.

O jogo apresentou uma melhora significativa na jogabilidade e sobretudo na parte gráfica. Detalhes como os traços dos pneus no asfalto, o desenho dos carros e a qualidade da imagem de luz e sombra nos treinos e provas eram bem elaborados.

A EA também criou o jogo pensando em reproduzir os acidentes comuns nas corridas. Qualquer toque no pneu traseiro do adversário podia causar acidentes bem problemáticos.

É considerado o melhor jogo de F1 lançado para o primeiro console da Sony.

Notas do Metacritic mantém game da EA na ponta.

A empresa lançou, nos anos seguintes, F1 2001 e F1 2002, já para Playstation 2 e Xbox. Os jogos mantiveram o padrão de qualidade da primeira versão.

E quais foram as contribuições da EA na história dos games de F1? Além das melhores na parte técnica, a marca inovou com os modos de jogo.

Um grande exemplo pode ser o F1 Challenge 99-02. O game englobava as categorias de 99 a 2002, com um modo carreira especial, incluindo todos os detalhes de salários e sessão de testes para ingressar nas equipes menores, até evoluir e conseguir ser um piloto de ponta.

Nos anos seguintes, os games da Fórmula 1 tiveram produções desenvolvidas pela SCE (Sony Computer Entertainment), seguindo os moldes idealizados anteriormente.

A falta de renovação tornou Fórmula 1 um jogo burocrático e o lançamento da primeira versão no Playstation 3 foi decepcionante. A SCE lançou em 2007 um remake da versão anterior de F1 2006, último jogo da franquia para PS2.

Codemasters resgata prestígio dos games de Fórmula 1

Famosa por sucessos como a série Colin McRae e Grid, a produtora Codemasters licenciou a marca em 2008. A primeira versão do jogo foi F1 2009, lançado para Wii e PSP.

O game serviu como um teste de qualidade para o desenvolvimento dos jogos que viriam na sequência. As limitações gráficas foram consideradas comuns para as plataformas.

F1 2009 abriu o espaço para definir quais melhorias seriam feitas na versão 2010, com a responsabilidade de agradar uma legião de fãs ansiosos para a primeira série lançada para PS3 e Xbox 360.

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Em 2010, o lançamento da Codemasters foi além da expectativa dos fãs e impressionou pelo realismo dos games de Fórmula 1 na telinha.

Desenvolvido com o Ego Engine, os gráficos colocaram a F1 novamente no topo dos games de corrida mais vendidos. O número de vendas bateu a casa dos 2,3 milhões, superando a expectativa inicial da produtora que era de 1,5 milhões de cópias vendidas.

Falando do jogo propriamente, F1 2010 reuniu todas as opções desenvolvidas em séries anteriores e as aprimorou.

A interferência climática do tempo nos ajustes dos carros e no desgaste dos pneus, a participação do piloto fora das pistas no relacionamento com a imprensa e outra série de fatores tornaram o jogo bem interativo.

F1 Race Stars

Com a licença da FIA em mãos, a Codemasters resolveu testar um game no estilo Mario Kart, porém com os pilotos da F1. O resultado foi um game divertido, porém muito caótico e confuso.

Ideia boa. Execução nem tanta. Quem sabe uma nova tentativa no futuro.

Redenção na oitava geração de consoles

Entre 2012 e 2014, a Codemasters caiu no mesmo problema da EA: falta de inovação. Some isso aos poucos nomes carismáticos na F1 e à queda de interesse pela categoria de modo geral.

Nunca foi um fracasso de vendas, mas também estava longe do sucesso de outros tempos. A solução veio com os novos motores gráficos da oitava geração de consoles.

F1 2015 foi um ótimo jogo e apresentou gráficos interessantes. Pecou na falta de um modo carreira, corrigido para o F1 2016.

As versões 2017 e 2018 do game beiram a perfeição. Gráficos impecáveis, modo online bastante interativo, precisão no volante, carros clássicos e modo carreira ainda mais complexo mostram que a Codemasters encontrou a pista certa para seus jogos.

Bonus: F1 Mobile Racing

Outra novidade que a Codemasters trouxe em 2018 foi o F1 Mobile Racing, para iOS e Android. “Estamos muito satisfeitos de trazer um autêntico jogo da Fórmula 1 free to play no mobile para público, pela primeira vez”, comentou Vincent Meulle, Produtor executivo, Codemasters.

A empolgação de Vincent não é pra menos. É a primeira vez que um game oficial chega nos dispositivos móveis (meio tardio, mas chegou). Com gráficos bem interessantes e jogabilidade que vai agradar aos gamers mobile, o grande destaque está na personalização dos carros.

As atualizações são constantes e a nota do game no Android chega aos impressionantes 4.7 (de 5).

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