Nostalgia na pele: Conheça a história do Black Nimbus Tattoo

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O termo nerd ou geek é totalmente associado às pessoas que realmente são aficionadas por algo. Sejam filmes, games, séries, HQs ou quaisquer uma das outras vertentes desse mundo tão plural.

E o que pode ser mais significativo dessa paixão do que uma tatuagem? Uma marca permanente na pele, que simboliza o amor de uma pessoa por algo que marcou sua vida.

Foi justamente dessa paixão que nasceu o Black Nimbus Tatoo, um estúdio de tatuagem focado no mundo nerd e geek, que foi um dos finalistas do Cubo de Ouro 2022.

Um nerd que viu em um momento difícil a chance de tornar sua paixão um negócio

Luiz Henrique Serafim, fundador do estúdio, é que podemos dizer um geek/nerd de carteirinha. Desde a infância, quando ficou órfão da Rede Manchete, ele sempre foi apaixonado por esse universo, principalmente pelas produções orientais.

Durante a infância, adolescência e vida adulta, ele considera que sua vida teve três grandes marcos: Changeman & Japion (1988), Cavaleiros do Zodíaco (1994) e a realização do primeiro 1° Anime Friends (2003). Esse três eventos, que aconteceram com anos de diferença um do outro, apenas fortaleceram sua paixão por animes.

Tanto que já chegou a ter uma banda de animesongs, a NRocks, e tocou até com o Hironobu Kageyama (aberturas de Changeman, Dragonball e Cavaleiros), Hiroshi Kitadani (One Piece) e Ayumi Miyazaki (Digimon). Mas apesar de toda essa paixão, como uma maioria gritante dos nerds e geeks, ele não tinha conseguido até então vislumbrar um cenário onde poderia se sustentar com sua paixão. E assim como muita gente, acabou partindo para uma área completamente diferente e passou a trabalhar como bancário.

Henrique trabalhou praticamente toda sua vida profissional nessa área, mas, sempre manteve sua paixão pelo desenho viva. Tanto que era constantemente elogiado pelos amigos e conhecidos.

Foi em Janeiro de 2019 que ele teve o momento da virada em sua vida. Demitido do banco em que trabalhava, ficou totalmente sem rumo. Afinal de contas, até então essa era a sua forma de sustento.

Mas como já diria Naturo Usumaki: “Se você não gosta do seu destino, não aceite. Em vez disso, tenha a coragem de mudá-lo do jeito que você quer que seja”.

No final de semana seguinte à demissão, ele foi com um amigo em um estúdio de tatuagem, onde o mesmo iria tatuar. E foi lá que surgiu a sugestão “Por que você não vira tatuador?”.

Henrique não conseguiu tirar essa ideia da cabeça e então começou a procurar cursos e estudar muito sobre a área. Em março de 2019, ele já tinha chegado à conclusão de que não iria trabalhar em nenhum estúdio, mas sim ter o seu próprio.

Um local onde nerds e geeks pudessem expor suas paixões, sem medo de julgamento, e tendo profissionais que realmente entendessem das diversas vertentes desse universo cheio de diferentes realidades. No final de abril, com o diploma de tatuador em mãos, e aproveitando o dinheiro da rescisão do banco de onde foi demitido, ele abriu o Black Nimbus.

Já em junho de 2019, menos de seis meses depois da fatídica demissão que colocou sua vida de cabeça para baixo, Henrique abriu as portas do estúdio junto com uma amiga que foi aluna do mesmo curso de tatuador que ele tinha feito, mas que acreditou no projeto.

Tudo ia bem até que… bem, março de 2020 aconteceu

Na primeira vez que Henrique comentou sobre a sua ideia de criar um estúdio 100% focado na galera nerd e geek, muitos tatuadores não acreditaram na ideia. Mas o que pareceu um tiro no escuro, na verdade foi uma jogada certeira!

Focando firme na propaganda para esse público, o estúdio começou a chamar a atenção das pessoas. Tudo ia bem, com o local (uma sobreloja com quatro salas) se tornando uma referência na área.

Lá no comecinho de 2020, quando ainda aqui em terras brasileiras nós ainda ouvíamos falar de uma gripe lá na China, o estúdio fez seu primeiro show com o grande Ricardo Cruz. O evento contou com a presença do restaurante Tamashii Lamen servindo muito lámen para a galera.

Tudo indo bem… até que em março de 2020 o mundo foi abalado pela pandemia do Covid-19. Algo que até então nunca ninguém tinha imaginado que ia acontecer e que com certeza ninguém irá esquecer.

Foram quase dois meses fechados por conta de lockdowns, mas mantendo a equipe de quatro pessoas e o aluguel das quatro salas. O jeito foi começar a atender de portas fechadas, sem qualquer acompanhante, e aos poucos.

Mas se tem uma coisa que ninguém pode falar sobre a comunidade geek, é que ela não é companheira de seus ídolos e parceira para os momentos difíceis. Mesmo durante os meses mais difíceis de 2020, o estúdio contou com o apoio de seus clientes mais fieis, e até mesmo conseguiu começar a crescer, mesmo diante do cenário pandêmico.

Em outubro de 2020, o segundo estúdio do Black Nimbus abriu, dessa vez em um espaço colaborativo. Por meses os estúdios estavam indo muito bem, mas com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. A equipe maior, os dois espaços e a divisão de tarefas administrativas começou a pesar, e Henrique sentiu que, principalmente pela parte administrativa, talvez não fosse o momento de ter dois espaços, mas um que fosse grande, imponente e que oferecesse mais salas, ampliando a gama de tatuadores à disposição.

Foi a melhor decisão. Ainda em 2021, a equipe de tatuadores passou a ter 12 profissionais especializados nos mais diversos estilos, como bordado, sticker, full color e preto e cinza. No mesmo ano, a equipe anunciou a Jolly Roger Burger, uma hamburgueria que fica dentro do estúdio, e que é totalmente temática no mundo geek.

Ao longo desses três, quase quatro, anos de história, muitos clientes passaram pelas mesas dos tatuadores. Dentre eles, uma das histórias que mais ganhou os holofotes foi a de Bruno Carneiro Nunes, mais conhecido como Fred dos Desimpedidos.

Amante do futebol, já cobriu diversos eventos esportivos, como UEFA Champions League, Copa do Mundo, Copa América, Copa Libertadores da América, Copa do Brasil e os Jogos Olímpicos Rio 2016. O que muita gente não sabe, é que sua paixão pelo esporte começou através de Oliver Tsubasa, do anime Captain Tsubasa [Super Campeões].

“Normalmente uma tattoo geek vem com um significado, pois fez parte da história da pessoa, seja a série, o anime, o filme ou livro. De alguma forma isso ajudou a formar o caráter e várias coisas do indivíduo”, contou Henrique.

No caso de Fred, foi o Oliver Tsubasa o responsável pelo jornalista e apresentador a começar a gostar de futebol, chegando ao ápice quando entrou em um dos jogos da Copa do Mundo da Rússia, em 2018, com a bola do jogo.

E foi esse momento que Fred resolveu registrar na pele, para lembrar para sempre. O Black Nimbus foi o estúdio onde o personagem for eternizado no braço do apresentador. O próprio Henrique foi o tatuador responsável pela obra.

Com toda a certeza, cada cliente que passa pelo estúdio, fica marcado na memória dos tatuadores. Afinal de contas, eles são mais que profissionais tatuando, mas nerds e geeks compartilhando suas paixões.

Agora que o cenário mundial já melhorou muito em relação a 2020, o plano do estúdio é continuar a ampliar sua atuação. Mais do que isso, é tornar ainda melhor a experiência de quem vai tatuar no espaço.

Segundo o próprio Henrique, o objetivo é espalhar cada vez mais a cultura nerd por todo o Brasil.

Conheça mais sobre o trabalho do Black Nimbus Tattoo:

Conheça o estúdio:

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