Os jogos analógicos podem auxiliar no desenvolvimento de várias habilidades. Mas, muitas crianças e jovens não têm tanto contato com esses games. E essa é justamente a proposta do Jogarta, projeto social que foi um dos finalistas do 2º Prêmio Cubo de Ouro.
A associação iniciou as suas atividades em agosto de 2016, e desde então promove uma série de eventos que têm como objetivo promover educação e socialização. Atualmente, a iniciativa conta aproximadamente 60 participantes, entre diretoria, sócios, participantes e voluntários.
Segundo Mateus Buffone, professor e presidente do projeto, quando ele iniciou em 2016, não imagina a proporção que a inciativa iria alcançar.
“Nós estamos inaugurando uma sede, temos equipes em dois Estados, a gente faz algo em torno de 200 a 250 atividades anuais, temos impacto anual em mais de 3 mil pessoas e indireto em mais de 150 mil. Então esse processo de evolução foi meteórico, tanto que agora estamos dando um passo para traz e fazendo um planejamento estratégico”, afirmou o presidente.
Um dos pontos que chamam a atenção do Jogarta é que a sua equipe possui membros formados em diferentes áreas. Isso permite um trabalho multidisciplinar que consegue estimular diferentes habilidades nos participantes, tais como: raciocínio lógico, interação social, tomada de decisões, pensamento estratégico e muito mais.
A iniciativa está presente no Paraná, e também no Rio de Janeiro. Por ano, ela realiza de 200 a 250 atividades, não só em escolas públicas, mas, também, em universidades, eventos geeks, bibliotecas e outros locais de entretenimento.
Elas são escolhidas levando em conta vários critérios. Segundo Fabiano Cachamorra, responsável pelo Jogarta RJ, um dos principais fatores lá (Rio de Janeiro) é o espaço fornecido.
“Uma das ações de 2019 é em um abrigo de crianças/adolescentes que precisa arrecadar roupas e brinquedos, além de aumentar o estoque de alimentos nesse primeiro semestre. No planejamento temos escolas e associações culturais também. Além disso, engajar lojas com essa dinâmica nerd se transformou em uma estratégia para a sustentabilidade das atividades, como um fortalecimento das parcerias comerciais”, explicou Fabiano.
E claro que com uma iniciativa dessa magnitude, muitos desafios surgem, e Matheus falou um pouco deles “Os maiores desafios são: controle financeiro emocional, no sentido de financeiramente ele precisa funcionar por conta própria, afinal as coisas que a gente faz custam dinheiro; olhar o Jogarta de forma estratégica, de maneira que ele não te consuma, até porque nós trabalhamos com um público mais vulnerável ; e a questão de equipe , por conta de engajamento, de muitas vezes o individuo não ser remunerado, logo exigir um compromisso por um prazo maior é complicado”.
Já para Fabiano um dos principais desafios da ramificação no RJ é mostrar que as atividades do Jogarta não são apenas para crianças, mas para adultos também.
“Outro desafio para nós aqui no Rio é levantar recursos para manter as atividades, já que muitas comunidades são periféricas e com isso, o planejamento financeiro das famílias, muitas vezes, não permite o custo com os eventos. Então, trazer eventos gratuitos e livres para esses participantes, demanda uma rede de parcerias que ainda estamos fortalecendo no Rio”, complementou fabiano.
O Jogarta e a inclusão por meio dos jogos analógicos
Um dos pilares do Jogarta é promover a inclusão através dos Jogos Analógicos. Para isso, a associação também trabalha com parcerias, e uma delas foi realizada com o Instituo Paranaense de Cegos.
O projeto se propôs a adaptar games de tabuleiro para que pessoas com deficiência visual ou baixa visão pudessem jogar. Mas não de forma a parte, mas realmente de modo inclusivo.
Ou seja, jogadores com visão, cegos ou com baixa visão poderiam jogar em conjunto sem a mediação de alguém. O resultado desse trabalho desafiador e minucioso foi a adaptação de Love Letter. Você pode conferir mais sobre o processo no post “Acessibilidade nos games: como promover a inclusão por meio de jogos”
Campanhas solidárias
Além das atividades com caráter social, o Jogarta também trabalha com campanhas solidárias, visando auxiliar pessoas em situações de risco ou carentes.
Em 2018, por exemplo, durante a sua 16ª edição, eles promoveram a arrecadação de brinquedos para a ação Natal Solidário. Todos os itens arrecadados foram doados para abrigos de menores.
Um dos grandes diferenciais dessa iniciativa é que ela contou com vários pontos de coleta. Além disso a doação do brinquedo, o participante ganhava pontos de XP que contribuam com o desenvolvimento da aventura durante o evento.
Nessa ocasião, o tema do encontro foi “O Outro Lado da História”. Ele contou com atividades focadas em narrativas cuja a temática central eram culturas tradicionais brasileiras, africanidade e negritude. O evento fez parte da Semana de Consciência Negra da UFPR e foi um sucesso!
O Jogarta também já participou de outras campanhas solidárias, como arrecadação de agasalhos para a Cruz Vermelha do Paraná.
O Jogarta no âmbito empresarial
Apesar do Jogarta ter nascido com foco em atividades para crianças na fase escolar, um dos braços do projeto também se estende para o âmbito empresarial. A associação também promove treinamentos de equipe através dos jogos analógicos.
Essas atividades visam trabalhar diferentes aspectos importantes dentro do meio corporativo, como integração de equipe, capacitação pessoal entre outros. Tudo isso através da gameficação de processos.
Jogarta: contatos
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