BRZ 2047 – Capítulo I: O embate

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São Paulo/SP – 12 de janeiro de 2047

Desde que os EUA conseguiram aproveitar a fragilidade brazileira para subir à presidência, a capital mudou de endereço e foi parar na cidade de São Paulo. E era lá onde o quartel general e o presidente se encontravam, sob um forte esquema de segurança.

Nada escapava dos radares americanos, os mais complexos já inventados. Céu, terra, subsolo, oceano… Tudo monitorado nos mínimos detalhes. No comando o coronel Stanley, importado dos EUA, com um sotaque de turista tentando falar português.

– Cabo Mateo, acabei de perceber na minha sala uma modificação na densidade do ar, próximo a Santos.

– Já estamos verificando, coronel.

Mateo demorou mais que o esperado…

– O que foi Mateo? Este tipo de relatório é feito em menos de dez segundos. – esbravejou Stanley.

– Coronel… É algo voador que eu nunca tinha visto antes!

Stanley empurrou o cabo Mateo, se debruçou sobre os monitores de holograma e ficou surpreso com o que viu.

– Isso é um homem? Mas… Tem asas como de morcego?!

– Coronel, esse negócio se aproxima com uma velocidade de 150 km/h – informou o cabo Oliveira.

– Em qual direção?

– Ele vem em linha reta para cá, coronel.

– Acionem os canhões de plasma nuclear e programem para atirar no momento em que essa coisa ultrapassar o raio de 1 km daqui.

– Entendido!

Rapidamente, os enormes armamentos americanos poderosos (tão poderosos que nenhuma nação ousaria a começar uma guerra contra eles nesse momento) estavam apontados para o céu brazileiro. Mas o que estava por vir?

Não foi necessário esperar muito tempo. O radar apontava menos de 2 km para o raio limite. Mais alguns segundos e as armas começaram a atirar contra o ser voador… A espera logo acabou e começaram os disparos!

Em vão. Todos os raios amarelos saídos dos canhões eram desviados, graças à velocidade desumana do alvo. Mais de 3.000 armas e nenhuma o acertava.

– Shit! Shit! Shit! What a hell?! Mateo, chame o A1, AGORA! – ordenou o coronel Stanley.

– Sim senhor!

A1 era um dos seguranças pessoais do presidente do Brazil, Jay Remington. O chamamento ocorria quando algo ultrapassava a segurança do exército de máquinas – que inclusive substituía a necessidade de um exército humano, tamanha potência e periculosidade do arsenal. Essa foi a primeira vez que isso ocorreu.

Um sujeito de terno, muito bem vestido, óculos escuros, careca, pele oleosa e sem lábios na boca. Esse era A1. Um alienígena com habilidades metamórficas. O governo americano manteve em segredo até 2017, mas muitos indícios de que humanos e aliens tinham conversas e trocavam experiências eram divulgados na internet muito antes

Assim que soube de seus poderes, o presidente dos EUA, Bruce Murray, tratou de fazer parcerias e contratou alguns dos extraterrestres para trabalhar na segurança.

Com cara de poucos amigos, A1 chegou ao quartel general cheio de questões.

– Como algo foge das nossas armas? Com o que estamos lidando? Quem é o responsável por isso?

– Senhor, não sabemos. – respondeu Stanley, com voz trêmula de medo do alien.

– Seus inúteis! Pra que recebem os rios de dólares que o governo americano paga a vocês? Quer saber… Já chega…

Com uma mão, A1 tocou na cabeça do coronel. Stanley gritou, como se sentisse a maior dor do mundo. Todo o organismo foi sugado, deixando-o apenas em pele amontoada no chão, como um cobertor jogado num canto. O alien sentiu um bem estar, como se tivesse renovado a pele. A sala de radares militares ficou em silêncio.

– Não quero mais lixos na minha equipe! Tenho 180 homens trabalhando aqui. Se ninguém me disser o que está invadindo este quartel general, todos terminarão como um monte de pele seca. – discursou A1, amedrontando todos no local. – E então rapazes, quem ou o que está aqui? Me digam!

Uma sombra ágil aterrissa atrás de A1, e uma voz rouca e grossa indaga…

– Por que não vê você mesmo?

A1 vira-se com uma expressão raivosa – “quem se atreve a falar assim comigo” – pensou. Ao olhar para aquilo que derrotou todo seu armamento de defesa de última geração, ele viu um indivíduo forte, de roupa camuflada de cor azul, típica dos exércitos sulistas, boina, barba grisalha por fazer, coturnos brilhantes, e longas asas similares a de um morcego, que se recolheram nas costas do sujeito. Logo reconheceu.

– Major Sütter?

– Surpreso por me ver, alien nojento?

– Achei que estivesse morto, vampiro asqueroso.

– Pro seu azar, não estou. Ou acha que não me lembro de que antes da guerra sulista terminar você tentou me transformar em tecido seco?!

– Águas passadas – disse A1 em tom irônico – Mas não é por isso que você veio, não é?

– Eu vim pra salvar esses pobres militares do seu maldito governo. O poder precisa voltar aos militares!

– Ah sim… Ditadura militar… Muito esperta sua proposta.

– Não quero sua opinião. Vou tirar as vísceras de Remington e Porto, para dar novamente ao povo brazileiro o que é dele por direito.

– Não, não vai. Primeiro porque o Brazil não quer e segundo que eu não vou deixar.

– Tente me impedir.

– Você está cometendo um erro… Mas seja como quiser. Saiam todos da sala, agora!

Enquanto a sala de monitoramento era evacuada pelos militares, A1 preparava seu corpo para a batalha, com borbulhas por toda a pele, como um vulcão pronto para eclodir. Sütter sabia que aquele monstro asqueroso poderia matá-lo, mas ele tinha uma carta na manga.

– Está pronto? – questionou o alien.

– Mais do que você imagina.

-Esta é uma série de ficção e nada do que foi escrito aqui condiz e/ou foi baseado em fatos reais ou opinião de seus autores. A obra é de direito restrito do site Sintonia Geek Magazine e sua reprodução é regrada à prévia autorização de seus criadores-

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